Ensaios de Rua da Mangueira...

Acabei de chegar do ensaio da Mangueira!
...DIVINO...
Ela vai sair com duas baterias!...Isso mesmo! Duas! Uma vai tocar quando os Intérpretes cantarem e a outra, só para os momentos em que a Comunidade for cantar sem os Intérpretes e sem o som do cavaco.
Nas palavras de Ivo Meirelles, '...isto será para levar a emoção do ensaio técnico para a avenida, pois durante os ensaios, a arquibancada escuta a comunidade cantando, não estão ligados os potentes autofalantes do som da Sapucaí, que só promovem o cavaco o batuque e os intérpretes, deixando o canto dos componentes abafado pra quem está ali assistindo.'
É promessa de mais emoção no Desfile da Verde e Rosa.
O Carnaval continua se reinventando, alguns criticam, mas a mudança vem e acontece, e o laboratório dos desfiles é no próprio desfile, não existe onde testar exatamente, mesmo tento a dádiva mais recente dos ensaios técnicos, o campo de pesquiza mesmo, é o dia do Desfile. Isto se assemelha muito ao que ocorre em nosso íntimo, gosto desta pauta, deste paralelo entre o carnaval e a vida... assim, nosso laboratório é nosso corpo, devemos testar as mudanças que queremos em nós mesmos.. criatividade é isso!
Ihhh Filosofei... filosofei em verde e rosa...
A esta altura, o samba já cresceu muito na voz da comunidade.
Olha a Mangueira correndo por fora, em busca do Campeonato de 2013!
Como sempre eu destaco aqui, o ambiente familiar e aconchegante do ensaio, que acontece na rua da quadra da Escola, começa lá embaixo, depois da Estação Mangueira, e vem subindo a ladeira.
A comunidade desce, as pessoas que moram ali perto saem pra fora de casa, as motos e as bicicletas ficam num zum zum zum inexplicável, vão todos adiante da escola, mas de  forma inacreditávelmente harmoniosa e sem um choque se quer, as crianças brincam e correm no meio de bikes e motos! As igrejas Evangélicas, que já vão terminando seus cultos, ainda ficam acesas mais um pouco, para que alguns fiéis ousem de forma descontraída, assistir a velha manga subir a rua, ainda dali mesmo das portas e janelas da igreja.
Vendedores ambulantes matam a sede do povo.
Turistas recebem dicas, e belas monas abusam do rebolado da calçada...
Lindas cabrochas sobem e descem de vestidinho de elanca, e os belos loiros negros, são um caso sério sempre!
Todos de verde, todas de rosa...
E lá vai comissão de frente, atirando gente pro ar! Casal de mestre sala e porta bandeira a bailar... e a ala das baianas a encantar... e os passistas palpitando ao som do surdo um...
E as duas baterias então?!... São no mínimo de arrepiar!...
A noite fresca do Rio... é poesia pura.