O Pierrô Zacarias do Rego Monteiro



FONTE: 

Só dói quando eu Rio...

Texto de Fernando Szegeri

Na Europa muitos se vestiram de Pierrô, e aqui no Brasil
"...tivemos quem sintetizasse nosso definitivo, nosso emblemático pierrô. Atendia, na vida civil, por Zacharias do Rego Monteiro, irmão do conhecido radialista Gastão do Rego Monteiro, locutor celebrizado na Rádio Record e Rádio Clube do Brasil. No intuito de substituir o sisudo e tão pouco carnavalesco smoking, a fim de quebrar a formalidade dos bailes do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o carioquíssimo folião exibiu seu primeiro pierrô no carnaval de 1950. A novidade e o impacto da beleza dos costumes que desfilava rapidamente celebrizaram sua figura como identificada ao tradicionalíssimoclown saltimbanco. Dos bailes do Municipal, Zacharias passou, anos depois, a reinar soberano nos concursos de fantasias, ao lado dos não menos incensados Clovis Bornay e Evandro de Castro Lima. Ao contrário de seus pares, quis antecipar-se à decadência física, trajando seu último pierrô durante os dias de folia do ano da graça de 1965. Muito antes do ocaso dos famosos certames, entre os quais se destacaram o do próprio Teatro Municipal, os do Hotel Glória e do Clube Federal, já se houvera retirado oficialmente das passarelas.

Afastado dos desfiles, mas não do ti-ti-ti do raisoçáite carioca, até sua morte em 1986, o eterno pierrô manteve-se ativo, como uma espécie de “consultor” para assuntos de carnaval e relações públicas de uma famosa cadeia de joalherias. Virava e mexia, aparecia um pitaco seu nas páginas do Cruzeiro, ou da Manchete, caras e vejas (a minúscula é proposital: pioraram as revistas ou piorou o país?). Sua última declaração pública conhecida: “Apesar de carnavalesco, sou tristonho e sonhador por natureza”. Pudera haver outro assim tão... pierrô?"




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