ENREDOS e Desfiles Especiais da Mocidade Independente de Padre Miguel




O estilo high-tech do abre-alas de Criador e criatura.




"Ousadia que inspirou outras escolas deu à Mocidade o maior número de Estandartes de enredo

19/02 às 14h43 Rafael Galdo

RIO - A aldeia indígena virou metrópole. O sambista desbravou a floresta para ouvir o canto do uirapuru. Viajou ao espaço e desafiou gerar o homem artificial. Delírios que ganharam a passarela na Mocidade Independente de Padre Miguel e que deram à escola o maior número de Estandartes de Ouro de enredo (oito), com temas que ajudaram a criar uma das principais facetas da identidade da qual o independente tanto se orgulha: a mistura de vanguarda e raiz.
Os prêmios vieram com três carnavalescos consagrados, que fizeram história na verde e branco. Os primeiros, na década de 70, com Arlindo Rodrigues e o esplendor de sua estética barroca em "O Mundo fantástico do Uirapuru", de 1975; "Brasiliana", de 1978; e "O descobrimento do Brasil", de 1979. Na era Fernando Pinto, o tropicalismo encontrou na agremiação sua expressão carnavalesca, com Estandarte de enredo para "Como era verde o meu Xingu", de 1983; e "Tupinicópolis", de 1987. Enquanto a modernidade de Renato Lage deu o prêmio à escola em "Padre Miguel, olhai por nós", de 1995; "Criador e criatura", de 1996; e "Villa-Lobos e a apoteose brasileira", de 1999.
Em praticamente todos, a brasilidade como marca, às vezes ufanista, outras crítica ou crônica, discutindo as questões do país. Aliada à ousadia, como a das baianas de tecido de oncinha e dos índios de patins de "Tupinicópolis", ou da comissão de frente de Frankensteins e da alegoria da bomba atômica de "Criador e criatura".
Audácias que, para o jurado do Estandarte Felipe Ferreira, pesquisador de carnaval, só foram possíveis devido à liberdade de criação que a escola sempre deu a seus artistas, abrindo lugar para os carnavalescos imprimirem seu estilo, mesmo que em princípio soasse totalmente fora dos padrões.
- O enredo é a fagulha, o momento inicial de todo o processo criativo do carnaval. E a Mocidade sempre investiu na criação de seus carnavalescos. Daí os oito estandartes que ganhou. O que acredito ser um caminho até para os carnavais atuais, em que os artistas perdem espaço para apresentar suas propostas - diz Ferreira, lembrando que a mesma característica de carnavais autorais é de outras escolas campeãs de Estandartes de enredos, como Salgueiro, com sete, e Unidos da Tijuca, com seis."
Texto Retirado na íntegra AQUI.
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Conhecida como a Escola de Samba Futurista, na Década de 90, a Mocidade teve seus Grandes momentos no Carnaval nas mãos de Fernando Pinto ( Eterno ) e Renato Lage...
Mas não podemos esquecer de Arlindo Rodrigues... que deu o primeiro campeonato a ela,  e do mesmo modo do Desfile da Doação de Órgãos, que Chico Spinosa fez na Escola da Estrela Guia, que não foi campeão, mas que foi um belo e criativo desfile em 2003.

Desfiles Inesquecíveis da Mocidade Independente de Padre Miguel


O Mundo Fantástico do Uirapuru, 1975, Arlindo Rodrigues.



(Neste vídeo Ilha, Vila , São Carlos ( Estácio ) e Mocidade 1975 .. pois são raras as imagens do desfile em fotos, e mesmo em vídeos.)

O Descobrimento do Brasil,  também do Carnavalesco Arlindo Rodrigues. 1979 Campeão






Como era Verde meu Xingu, de Fernando Pinto, 1983 






Ziriguidum 2001, um Carnaval nas Esterlas, 1985 Campeão, de Fernando Pinto.







Tupinicópolis 1987, Vice Campeã, Também do Fernando Pinto.







Vira, Virou, A Mocidade Chegou, 1990 , Campeã, com a estréia de Renato Lage e Lília Rabelo como Carnavalescos.








Chuê, Chuá, As águas vão rolar, 1991, Bi-Campeã, com Renato Lage






Criador e Criatura, 1996, Campeã, Renato Lage.




De Corpo e Alma na Avenida, 1997, Renato Lage







Villa Lobos e a Apoteose brasileira, 1999, Renato Lage




Para sempre no seu coração - Carnaval da doação, 2003, do Carnavalesco Chico Spinosa




Estes são, não apenas desfiles marcantes de uma Escola de Samba, mas desfiles que inspiraram a Estética e a Criação e Literatura dos Enredos das Escolas de Samba.
Coloquei nesta lista o desfile de 2003, porque na minha opinião o mesmo passou desapercebido e merece atenção pela sua estética e bom gosto, talvez por ter sido confundido ou associado melhor dizendo ao Desfile de 1997 De Corpo e Alma na Avenida. Mas era uma das Obras Primas de Chiquinho Spinosa, ferros luzes e muita originalidade.
Os outros são indiscutivelmente marcos revolucionários. 
Que não podem faltar na lista de estudos de qualquer aprendiz de Carnaval, esteja ele em uma Faculdade de Designer de Carnaval ou em um Curso de Adereço ou Cenografia. Por serem ricos em informação, todo um pesquisador e historiador dos desfiles o conhecem e devem tocá-los... 
São realmente épicos... assim claro, outras Escolas possuem os seus desfiles revolucionários, mas aqui observamos especialmente os da Mocidade Independente de Padre Miguel, por ser talvez a Escola que mais inovou em Enredos... concordo com a matéria do Jornal O Globo, sobre os Estandartes de Ouro, que a Escola conquistou no quesito enredo.


Deixo ao final o compacto com todos os principais momentos da Mocidade 1996, o desfile em si é uma referência ao Designer de Carnaval... especialmente suas alegorias... mesmo dentro dos conceitos do Design da época, era especialmente belo e avançado.




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IMAGENS DESTA POSTAGEM 
Mocidade http://marceloguireli.multiply.com/journal




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