O primeiro título é uma joia, já que são os índios e os elementos brasileiros que vão à França para que a rainha os visse. Mas, em uma bossa genial, Rosa fala da viagem onírica da rainha Catarina até a “corte” dos Tupinambás e Tabajaras. Uma deliciosa contraposição já no título. O desfile tem a comissão de frente que revolucionou tudo nesse quesito.
Já o segundo, Onisuáquimalipanse — “Onisuáquimalipanse” é uma palavra inventada para aportuguesar a frase francesa “Honni soit qui mal y pense”, que significa “envergonhe-se quem pensar mal disso” — apresenta um visual contemporâneo. A carnavalesca e professora, no ápice de sua criação, nos brinda com perucas feitas de bolinhas de Natal, de plástico, e alegorias que até remontavam às imagens da Imperatriz da década de 1990.
Imagem Carnaval Nota 10
O que, para os apaixonados por alegorias monstruosas, foi um crime; mas para os que aproveitam e saboreiam as belezas das criações artísticas carnavalescas, foi um deleite — uma celebração da beleza e da ousadia do momento.
O primeiro desfile tinha um apelo à brasilidade, uma identificação com o público muito maior que o segundo e um samba maravilhoso, com uma letra belíssima;
O segundo desfile, um samba simpático e com a cara da São Clemente. E que até hoje é lembrado. Portanto, mais popular que o de Catarina.
A comissão de frente do "Onisuá" não era tão mágica e genial, mas era bela, vai.
Tudo é belo, quando é arte. É manifestação artística. E no carnaval de escola de samba, que é a ópera do povo, fica ainda mais mágico de se ver, a encenação de tanta pompa francesa.
O abre-alas de Onisuáquimalipanse é o meu preferido — só pra pilheriar com você que está me lendo. O desfile todo tinha uma cara contemporânea mesclada ao clássico, pelo uso de materiais e pelas formas das primeiras alas e do abre alas. Uma delícia de se ver.
Rosa Magalhães da aula em ambos.